quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sonho

Uma das coisas que mais gosto de fazer é sonhar.Infelizmente, não posso controlar a minha ação.Mas, pensando bem, aí reside a graça, pois se eu a controlasse, não se lapidariam anedotas tão interessantes quanto as que se erigem quando mergulho no mais profundo subconsciente .
Em virtude desses presentes mentais, transformo-me em bruxa, voadora por si só, sem a necessidade de uma vassoura turbinada como nos livros do célebre bruxinho adolescente.Viajo em um navio deslizante em gelo, circundado por uma paisagem nórdica recheada de coníferas altivas.Desenho um círculo de areia no chão e me teletransporto para os inalcançáveis mistérios da alma.
Enfrento a Corredeira dos Sofrimentos , desembocando, finalmente, no tranquilo Poção da Bonança.E lá, flutuo feito languida, ao fitar satisfatoriamente as quedas d'água que enfrentei até chegar aqui.
No meu mundo onírico, o que deveria ser pesadelo transmuta-se em aventura, acabando sempre quando o pior se inicia.Só pode ser fantasia mesmo, pois quando o pior se inicia de verdade, invento coragem para aguentá-lo.
Recebo gratificações de ilustres da literatura nacional por ter um bom desempenho.Três bombons são ouro vindos de Drummond.O meu professor predileto, pode ter certeza.Pena que é quando estou dormindo...
Depois que acordo, às vezes, armazeno o sonho tacitamente, não me dou o trabalho de contar.Outras, delicio-me com a revelação.
Entretanto, nem sempre me recordo dele, por mais esforço que eu faça.Antigamente era frustante, porém agora eu reconheço a sorte que tenho em me lembrar de alguns, numericamente ínfimos.Eles, que revitalizam a vida, aguçam a criatividade do ser, fenômenos representativos da boa atividade cerebral.Ao menos, ainda tenho boa atividade cerebral...
Por que os sonhos não viram relidade ou a minha realidade não vira um sonho? Seria ótimo tomar litros de sorvete sem engordar e acreditar que a totalidade dos homens se preocupam uns com os outros.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Enquanto não viramos picolés humanos

   Anteriormente de um programa que vi na TV( post anterior), com certeza não faria essa ressalva  agora. Considere o que estou  pedindo seja  para tentar auxiliar em um suposto aquescimento global, através da economia de energia de uma  forma extremamente simples.
   Instale no seu computador o Programa Black Pixel , criado pelo C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) em parceria com o Green Peace. É um aplicativo que mostra um quadrado preto enquanto está ativo, diminuindo no consumo de energia de 0,0057 Watts por hora.Ele ainda detecta quantos Watts foram economizados totalmente com o programa.O esperado é alcançar o número de um milhão de Watts poupados.
   Contribua com o meio ambiente sem sair de casa.Pelo menos enquanto não impera a era glacial...

Para saber mais e utilizar o programa:
http://www.greenpeaceblackpixel.org/#/pt
http://www.greenpeace.org/brasil/energia/noticias/black-pixel-contra-o-aquecimen

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Poema-pílula( esse não é dos modernistas!)

Yin Yang

O humano ser
Vai sempre tentando
 encontar no outro aquilo que tem em excesso
Ou que percebe em si imensa falta
Ou é o ying ou o yang



Avatar

James Cameron nunca joga, ou melhor, nunca filma pra perder. Seu mais novo filme lançado no cinema, Avatar", vem arrebatando bilheterias em todos os lugares onde já foi exibido. Conquistou a marca de ser o quarto filme mais visto do mundo até agora.
O plano inicial do filme data de 1995, mas Cameron adiou as filmagens, pois naquela época não havia técnicas suficientes para que fosse executado. O longa ficou engavetado por um bom período, até 2004, quando o diretor decidiu investir a fundo.Alguns artifícios utilizados são inéditos no universo cinematográfico -  como a projeção dos movimentos feitos pelos atores  direto nos personagens virtuais em função da utilização de uma espécie de vestimenta que capta movimento - e a quantia destinada foi de aproximadamente 350 milhões, a maior cifra já vista neste tipo de empreitada, número que representa bem o estilo do criador de Titanic, acostumado com situações homéricas.
A história diz a respeito de um tempo no qual o nosso planeta água já não possui mais árvores.Os seres humanos, nunca desprovidos de ganância, resolvem explorar Pandora, um planeta que  possui riquezas a oferecer, algumas bastante lucrativas para a realidade humana, além de ser repleto de flora e fauna exóticas e é bravamente protegido pelos Na'vi, humanóides autóctones de aproximadamente três metros  e pele   azul luminescente.Para melhor ganhar a confiança dos habitantes cor de anil, cria-se  o Projeto Avatar, o qual consiste na criação de organismos detentores de um DNA misto de Na'vi e terrestres, os avatares,  para onde transporta-se  a consciência, personalidade e os impulsos nervosos dos exploradores .
Por seu irmão gêmeo ter sido morto em Pandora e pelo projeto ser dispendioso, o protagonista Jake Sully decide se aventurar pelas atmosfera irrespirável pandorense. Jake Sully, ex-fuzileiro naval paraplégico, acaba se infiltrando na comunidade nativa e tenta negociar a realocação dos indígenas Oimaticaya, já que o lugar onde eles estão radicados posiciona-se uma árvore gigante, a qual está fixada sobre um depósito enorme de um minério valioso na Terra.Os Navi não se deslocam a tempo, fazendo com que sua adorada àrvore seja derrubada pela Força Armada.Isso inicia uma guerra entre os povos de diferentes mundos.
Avatar esbanja efeitos especiais e é uma revolução do 3D no cinema, parecendo que se está no épico de tão grande que é a imersão no filme. Apesar do filme se apresentar um pouco arrastado, talvez pelo seu tamanho, e valer-se de alguns clichês, desenvolve-se por um enredo interessante, por mais que certos críticos o julguem "ecochato.
Afinal deve-se bater nessa tecla das degradações ambientais com o intuito de evitar que a fita vire realidade. O elenco parece afinado, transmitindo em todos os momentos um clima de cumplicidade.Um dos ganhos do filme é a mostra do  sentimento de liberdade e alegria que Sully vive quando vislumbra a possibilidade de locomover-se sem a cadeira de rodas.
É um mix de humor, aventura, leva uma pitada de drama e de quebra, amor. Assisti-lo é mais do que um alerta para o futuro que nos espera.



                                                                                                                      

Receita de ano novo





Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,


Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.