Lavo minhas mãos, e melhor, minha consciência. Depois do que saiu da boca da recém-eleita presidente do país, fico cada vez mais feliz com minha decisão de ter anulado o voto no segundo turno.
Dilma afirmou que a educação nacional vai muito bem e não encontra motivos para investimentos significativos nesse campo no seu próximo governo. Sua atenção estará voltada para questões como segurança, saúde e comprometimento, ops, crescimento.
Como já era de se esperar, garantirá a população mais desprivilegiada o pão de cada dia por meio da tão fomigerada bolsa miséria, quer dizer, famigerada bolsa família.
É incrível como muita gente deve concordar com ela em relação aos pontos nos quais o seu futuro mandato deve focar. Para que estudar se todo mês eu tenho um dinheiro facinho, cujo esforço para conseguí-lo não foi trabalhar fora, mas em casa, na cama, pois como todos sabem, a esmola conseguida pela via pública é proporcional a quantidade da prole gerada? Conseqüentemente, garantir-se-á os eleitores para a próxima eleição.
Ouvir um absurdo desses é uma ofensa aos ouvidos de qualquer cidadão que luta por um futuro melhor para si, sua família e para o país, mesmo que seja apenas tentando cumprir os estudos dirigidos de Histologia ou emitindo suas opiniões a respeito das coisas na blogosfera, como eu faço.
Eu sei que às vezes, é preciso muito mais do que isso (ou quase sempre), ir para rua, tocar o rebu, botar a boca no trombone, e votar certinho, não é mesmo pessoal?Só complica um pouco quando a gente não tem muito em quem votar, quer dizer, até tem, mas no final da contas dá no mesmo.
A frase de Roussef que define o Brasil com uma educação pra lá de boa é totalmente solapada com o exemplo do ENEM 2010. Todo mundo sabe a bandeira sem tamanho que o INEP deu, mais uma vez, esse ano. Antes da prova, tensão devido a quantidade de questões, local de prova dos candidatos, e, em cima da hora, à proibição do INEP em relação ao uso de qualquer tipo de material escolar que não fosse caneta esferográfica. No decorrer, questões faltando e repetidas, ordem das opções da folha de respostas trocadas, mais tensão. Após a prova, desespero em relação aos resultados, insatisfação no modo como a prova foi organizada e dirigida, revolta por parte de vários setores sociais, brigas judiciais para que a justiça seja feita em novo velho oeste chamado Brasil, e tensão novamente. Por fim, o ENEM continuou valendo.
E não é só isso. Ouvi dizer a respeito de um projeto de um célebre senador em vigorar esperanto nas grades curriculares das escolas nacionais. Tudo bem se a língua for encarada como uma matéria facultativa, agora, se for obrigatória só potencializará a evasão escolar que não é pouca. Seria realmente um sonho pensar em um idioma internacional sintético desvinculado do hegemonismo lingüístico anglo-saxão. Porém, existe um pequeno grande detalhe que faz toda a diferença: estamos no Brasil. Ainda, deve-se admitir a possibilidade de que seria uma perca de tempo e verba. A meninada já é notadamente desinteressada pela língua materna, imagina uma que é inventada.
Mas sorte dela foi que proferiu essa piadinha sem graça antes do fracasso do ENEM desse ano, cuja repercussão foi bem grande. Se fosse depois, ela não teria ainda mais argumentos.
Depois dessas e outras, se eu fosse a futura “presidenta” ficaria caladinha da próxima vez quando alguém perguntasse a respeito da educação de nosso país.Se não quer gastar nenhum esforço para alavancar a área educacional do país, péssimo, mas pelo menos não destile disparates em cima de nós.Não somos trouxas (ou somos?).
Finalizando, só queria pedir que vocês escolham o título ao seu gosto.Como pronunciei antes do post, a confusão é tanta que desisti.
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