Às vezes, tudo parece tão surreal. Depois de tanto
tempo ouvir falar do filme e de tentativas frustradas em assisti-lo, pude
contemplar Vanilla Sky. Sinto a vida,
em tempos, como o céu de baunilha tão citado pela obra, com seus momentos de
doçura de mel. Nos quais você agradece em estar viva e consegue encontrar um
propósito e uma dádiva por detrás de cada palavra, cena, lugar, pessoa. Em outros
momentos a vida é só solidão, semelhante à qual o personagem principal passou
logo após o acidente. Não adianta você se cercar de outros ou até mesmo
explanar aos quatros ventos os seus sentimentos. Porque só você sabe, dada a
sua individualidade. E só você pode encarar. Mais ninguém sente e/ou resolve
por você.
Parece-me que às vezes é necessário que você ponha
em estado de criogenia os seus ideais e propósitos, congele a esperança para
que esta dure mais e finalmente a faça ressurgir quando mais se precise. E
congele, e descongele, e congele... E assim a gente vai vivendo do inconsciente
do que um dia foi. E que só na aparência é, mas não deveria ser. Inebriado
pelos mais “baunílicos” sonhos, sempre vislumbrando um futuro suculento, em
que não será mais preciso valer-se da máscara da felicidade, da plenitude, da
satisfação. Com a vida. Pairar-se-á sobre & viver-se-á sob o firmamento de maior deleite.
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