Não pense que a igualdade para todos é algo que pode ser alcançado. Não mesmo. A exclusão é algo que sempre existirá justamente porque necessita ser mantida.
Para que uns desfrutem de conforto, é necessário que outros cortem um dobrado. Nada melhor do que a globalização para ratificar isso que afirmo:os ricos cada vez ficam mais ricos, e os pobres, bom, já se sabe, né?
Não era exatamente aludindo à péssima divisão de riquezas reinante no mundo que eu queria falar. Interesso-me em discursar sobre como é difícil nessa vida lutar para mudar a situação ruim que geralmente é a existente e quase fossilizada.
Assistia ao filme Última Parada 174, responsável por surtir em mim a já citada questão. Sandro, protagonista, luta até o fim para dar um rumo a sua vida, é claro, que nem sempre de da maneira mais correta, mas tenta retomar algum laço de amizade, amor, mas sempre é surpreendido por algum infortúnio. Desde o assassinato da sua mãe até a sua morte por asfixia praticada por policiais militares, ele passou por uma série de etapas dolorosas, tal qual a Chacina da Candelária, sendo um sobrevivente. Talvez, se não fosse a falta de solidariedade por parte de seus tios, que o receberam com má vontade e insensibilidade em sua casa, ele não tivesse fugido e virado um marginal. Interessante que o filme sempre demonstra a sua capacidade de ele ser bondoso com o próximo mesmo quando as circunstâncias indicam para não ser.
Devaneio sobre a potência homérica das pessoas em menosprezar, amolar, tachar, extorquir, humilhar, agredir outrem. Sandro tentou agarrar como pode as bordas do precipício, mas infelizmente a gravidade foi mais forte. Se mais mãos tivessem o puxado ao invés de ajudá-lo a empurrar, possivelmente tudo teria sido diferente.
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