terça-feira, 13 de abril de 2010

A catarse e a metamorfose

Quase que diariamente eu sofro catarses. A gente se policia tanto, se comprime pra dar em um espaço ocasional, mas vem uma situação inusitada e te alarga. Quando menos espero algo acontece. É incrível a capacidade que a vida tem de te pregar peças.

É alguém que aparece e que você não esperava. É uma pergunta que te penetra e você nem tinha escudo pra se defender. Uma opinião que você nunca pensara ser proferida logo naquela hora.

Sim. Pra mim isso são catarses. A catarse de Aristóteles, aquela que te faz por os males e os bens para fora. Tudo. Te faz repensar certas concepções que você pensou serem inabaláveis.É quase um vômito da alma.

E é engraçado que hoje eu presenciei uma exposição que tinha uma composição que expunha uma visão um pouco sobre metamorfose, sobre o ciclo de vida da borboleta, retratado de uma forma sutil, com cores pálidas, mas deixar sem de se vestir de uma verdade muito forte: mudança que é natural em todo ser vivo ou não-vivente, que acontece desde uma borboleta, mudança essa que é tão marcante e perceptível, até uma pedra, que sofre a erosão do tempo (tempo meteorológico que age dentro de um intervalo de tempo cronológico infinito) e que não estabelece uma transformação mais imediata.

Mas tenho consciência que essas tramas da vida são necessárias. Eu sei que na hora não acho tão oportuno, mas depois penso: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...” .Aí degluto novos pensamentos e opiniões, até que eu expurgue novamente aquilo que já não me serve.

Sejamos, então, senhores, metamorfoses ambulantes.

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