quarta-feira, 23 de junho de 2010

Agonia

Hoje eu me afogo. Melhorando: todo dia me afogo. Afogo-me em leituras incompletas (visto que atualmente você tem que ter leitura dinâmica e enfiar tudo que você vê pela frente goela abaixo), culpa de falta de exercícios físicos e três dias seguidos comendo macarrão, filmes que poderiam ser assistidos por mim, pessoas a quem eu poderia dar mais atenção,cursos de espanhol e inglês, pré-vestibular e concursos de faculdade(novamente),exames de rotina que já nem me lembro a última vez que os realizei, reflexões que insistem em preencher minha cabecinha e a faxina da casa, item indispensável para a manutenção da dignidade do lar...
E ainda devo melhores textos a esse bendito blog. Na verdade, idéias não me faltam. Tenho uma listinha de coisas sobre as quais gostaria de escrever e não sei por que motivo, não consigo transcrevê-las. Acho que falta de tempo aliado a enésimas atividades cotidianas e uma pitada de preguiça constituem a resposta.
Enquanto essas linhas se definem por arte das minhas mãos, sinto-me sufocada pela exigência de uma sociedade absurda, exigente do máximo( você tem de ser a Barbie ou o Giannechinni, dominar magistralmente o mandarim, russo, aramaico, posar com um carrão zero na garagem da sua casa ), ceifadora  dos meus olhos em função dos impostos e que me dá em troca uma educação medíocre, uma saúde pública na UTI, coitada, em vias das últimas.Ah, e de quebra, um bando de políticos tãããããão idôneos...Mostram-se extremamente corretos e preocupados com a população, visto que ao término de um “espetáculo” daqueles, fazem a gentileza de oferecer-nos uma bela “ pizza”.
A imagem que eu pus no topo do post serve bem para ilustrar a vontade corrente em mim quando me ponho a pensar sobre as exigências atuais, sobre o país que está longe de ser uma maravilha, mesmo com a retomada da atividade industrial após a crise mundial, o crescimento da importação e o aumento do poder aquisitivo dos habitantes.Sobre os contorcionismos executados para que a vida tão parca de tudo seja levada adiante.Que vontade de pular desse barco!Pular desse mar!Desse aquário?!

De um peixe fora d’água.

Um comentário:

  1. É Vitória, as coisas não estão nem um pouco boas... Mas, minha cara, esperança! Eu já mandei a política e essa coisa de viver de aparência às favas, e, sempre que posso pego uma frase do grande Millôr emprestada, em que ele diz "Também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto"... E assim a gente vai levando a vida. Ganha-se pouco, mas muito se diverte. Só assim, minha cara.
    Obrigado pela visita ao meu blog! Adorei o seu blog, vou colocar seu link lá no meu.
    Abração!

    ResponderExcluir